Uma cidade maranhense corre o risco de desaparecer por causa das voçorocas, enormes crateras que vêm invadindo a cidade. O FLIPAR mostrou a grave situação e o medo só faz aumentar.
Trata-se de Buriticupu, cidade localizada a 417 km da capital do Maranhão, São Luís.
A cidade fica no centro-oeste do Maranhão, numa área de 2.445 km² que vem sendo devastada pelos desmoronamentos.
Aa terra que cai provoca imensas crateras que assustam os 71 mil habitantes. Há casas na beira de precipício.
As primeiras crateras começaram a surgir há 30 anos.
A situação vem se agravando com as fortes chuvas que atingem a região.
A região de mata , além das crateras já existentes, tem muitos trilhos de perda de vegetação que podem ceder de forma mais abrangente nas próximas chuvas intensas.
26 buracos gigantescos avançam sobre os terrenos impedindo o acesso de moradores a diversas partes da cidade.
As voçorocas acontecem em áreas onde a vegetação não consegue mais proteger o solo.
Com isso, as fortes chuvas deixam os terrenos ainda mais suscetíveis a desmoronamentos.
Nos últimos dez anos, uma voçoroca, sozinha, engoliu três ruas e mais de 50 casas em Buriticupu. Ruas passam à margem do abismo.
Parte da Vila Santos Dumont despareceu completamente e as casas que ainda não desabaram, estão próximas aos barrancos e foram abandonadas.
Pessoas que tinham comprado terrenos e construíram casas para alugar perderam o patrimônio, pois não se consegue mais interessados em certos pontos.
Da mesma forma é grande o prejuízo para quem adquiriu imóveis para residência ou comércio nos trechos mais afetados da cidade.
Nos últimos anos, 27 famílias foram retiradas por estarem em áreas de risco.
Uma decisão judicial obriga a Prefeitura de Buriticupu a garantir moradia segura e desenvolver ações para conter o avanço das voçorocas.
Mas a situação é tão grave que a prefeitura diz que já fugiu do controle. O município faz monitoramento dos terrenos, obras paliativas e realocação de moradores, mas reconhece que não é possível conter o avanço das crateras.
Resta saber se a cidade ainda tem salvação ou se, de fato, vai desaparecer do mapa, afundada pelos deslizamentos de terra.