A Prefeitura de São Paulo vai colocar a Guarda Civil Metropolitana (GCM) para monitorar a região da Praça Princesa Isabel, na região central de São Paulo, 24 horas por dia, na tentativa de evitar a aglomeração de dependentes químicos e a instalação de barracas que, segundo a polícia, servem para o tráfico de drogas. No local que se tornou a nova Cracolândia desde março serão pelo menos 100 agentes fixos. A gestão Ricardo Nunes (MDB) também planejar cercar a praça, de forma a ter controle maior no local.
A atuação da GCM é a principal providência da Prefeitura após a operação policial que envolveu 650 policiais civis e militares para cumprir 36 mandados de prisão na madrugada desta quarta-feira, 11. Foram feitas 20 prisões. Usuários e traficantes de drogas foram retirados do local e se espalharam por outros pontos do centro. Após a operação, as equipes de zeladoria da Prefeitura realizaram grande limpeza na praça.
“Vamos continuar o trabalho de revitalização e recuperação da praça. Uma das principais medidas é a proibição da instalação de barracas. Naquele local, de acordo com a orientação da polícia, as barracas são utilizadas pelo tráfico de drogas para evitar o flagrante das câmeras de segurança”, afirma Alexis Vargas, secretário executivo de Projetos Estratégicos da Prefeitura de São Paulo.
Por ora, a praça não será cercada. Mas um projeto de lei de autoria do vereador Fabio Riva (PSDB), líder do governo na Câmara, foi protocolado no Legislativo na segunda-feira, 9, para transformar a praça em um parque. A proposta permitiria o cercamento do espaço.
A inspiração é o Parque Buenos Aires, em Higienópolis. O projeto já foi aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça, mas terá de ser submetido a mais duas comissões antes de entrar em votação.
Especialistas afirmam que a dispersão de usuários e dependentes químicos em vários pontos, consequência direta da operação policial desta quarta, dificulta as ações de assistência social. “É uma operação para tirar as pessoas da Praça Princesa Isabel não para resolver o problema do ponto de vista social e de saúde. (A dispersão) Isso quebra o vínculo e deixa a população ainda mais vulnerável”, diz o psiquiatra Flavio Falcone, que atua na região da Cracolândia há dez anos.
A Prefeitura defende posição contrária. “Sem a presença da multidão, os usuários ficam mais acessíveis ao tratamento”, diz o secretário.
Segundo Vargas, houve aumento de 28% no número de atendidos no Centro de Apoio Psicossocial (CAPS IV), localizado em frente à Praça Princesa Isabel, de janeiro a abril. Foram 493 pacientes em janeiro e 580 pacientes em abril.
Ainda conforme a Prefeitura, o acolhimento das equipes de assistência social teve incremento de 27%, passando de 789 pessoas encaminhadas para acolhimento em janeiro e para mil pessoas acolhidas em abril, em todo o território da Cracolândia. Só na Praça Princesa Isabel foram encaminhadas 687 pessoas nesse período. Nesta quarta-feira, 17 pessoas procuram atendimento no CAPS IV, de acordo com a prefeitura.
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