Segundo dados oficiais enviados por 180 municípios cearenses - dos 184 - para o Sistema de Informações Contábeis e Fiscais do Setor Público Brasileiro (SICONFI), sistema do Tesouro Nacional desenvolvido com o Serviço Federal de Processamento de Dados (SERPRO), 110 fecharam suas contas no vermelho no primeiro semestre de 2023, ou seja, 61%. No mesmo período de 2022, no governo Bolsonaro, foram apenas 19, ou seja, 11% dos que enviaram informações.
Esses dados revelam, segundo a Confederação Nacional de Municípios (CNM), que o Ceará está negativamente acima da média nacional que apresenta atualmente 51% das Prefeituras com déficit.
Essa drástica situação tem tudo a ver com a vertiginosa diminuição do repasse do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) pelo governo Lula que já cortou mais de 30% dessa receita que, em muitos casos, é a fonte que garante a manutenção dos municípios.
Entretanto, militantes e defensores lulopetistas já começaram a defender o indefensável fantasiando explicações sem base e recheadas de ideologia que vão desde a rasteira argumentação de que a manifestação nacional das Prefeituras se trata de um movimento político para queimar Lula até a ideia de que o que provocou a diminuição do FPM foi o censo do IBGE ou a falta dele (até aqui eles batem cabeça, pois o presidente petista ainda não foi a público com uma narrativa que unifique sua base de apoio).
Mas se a manifestação nacional de ontem (30.08), que deve se estender até hoje na superestrutura, foi um movimento tão somente para queimar Lula, por que a absoluta maioria das Prefeituras que estão nas mãos dos petistas e de seus aliados participaram da paralisação? Se foi porque se passaram 12 anos sem censo do IBGE, por que ano passado, sem censo, os prefeitos brasileiros receberam a contento o repasse do FPM do governo Bolsonaro? E se foi porque uns municípios tiveram diminuição da população, por que a grande maioria que teve aumento populacional perdeu mais de 30% do FPM como é o caso de Juazeiro do Norte/CE que teve um crescimento populacional de 14,4% - apesar dos quase 5% de território que Camilo Santana (PT) roubou do Município - e perdeu quase 40% do FPM?
Na ausência de argumentos concretos que justifiquem a defesa do governo Lula nessa questão específica, lulopetistas com um mínimo de leitura inventam - a exemplo do chefe - falácias a serem repetidas pelos lulopetistas que não têm uma leitura mínima. Ao menos da realidade. Mas como falácias não resolvem problemas, a situação provocada pelas diretrizes econômicas do governo Lula continuará penalizando os municípios brasileiros - até mesmo e principalmente aqueles que lhe deram uma votação majoritária nas eleições de 2022.
Vivemos em uma época onde o discurso substituiu a realidade, mas a verdade vale mais que um milhão de palavras distorcidas.