Integrantes do MJSP e investigadores confirmaram a informação. De acordo com todos eles, as imagens permanecem salvas por 15 dias e depois ocorre a exclusão.
Posteriormente aos ataques, a CPMI do 8 de janeiro solicitou formalmente as imagens internas do ministério. Contudo, o ministro Flávio Dino negou e afirmou que só entregaria com autorização do Supremo Tribunal Federal (STF).
O ministro Alexandre de Moraes autorizou, mas Dino apresentou imagens de apenas duas câmeras, que ficam do lado de fora do ministério. Além disso, não houve explicação porque deletaram algumas imagens após 15 dias e outras não.
“Decidimos dar um prazo de 48 horas para que o ministro Flávio Dino entregue as imagens das câmeras do Ministério da Justiça do dia 8/01. Caso o ministro insista em sua negativa, vamos pedir ao STF que determine o compartilhamento imediato”, disse o deputado Arthur Maia (União/BA), presidente da comissão, quando Dino se recusou a entregar o material.
Diante das críticas, Dino desconversou em sua página no X (ex- Twitter): “1. Tentaram fraudar a eleição de 2022 para ficar no poder. Ainda assim, perderam”, escreveu, iniciando uma série numerada. “2. Tentaram dar um golpe de estado entre outubro de 2022 e janeiro de 2023. Perderam novamente. 3. Tentaram explodir o aeroporto de Brasília e matar centenas de pessoas. Não conseguiram. Não adianta ficar inventando ‘fatos’ para encobrir tais verdades. E vamos seguir governando e cuidando da população. Muito trabalho para reconstruir o Brasil“.
Para o senador Esperidião Amin (PP/SC), a destruição das imagens configuram “uma obstrução do conhecimento da verdade“. “Eu acho que certamente elas [imagens] foram preservadas e eu gostaria que o condutor deste processo, o ministro Alexandre Morais, se dedicasse atrás desse assunto”, disse o senador.
O senador Eduardo Girão (Novo/CE), integrante da oposição na CPMI do 8 de janeiro, apresentou requerimento que solicita acesso ao contrato do Ministério da Justiça com a empresa que faz a gestão do circuito de câmeras.
“Eu entrei com esse requerimento pedindo acesso aos contratos para sabermos quanto tempo essas imagens ficam armazenadas. Esse requerimento não foi votado, mas eu vou insistir, pois se a CPMI não conseguir essas imagens vai ser uma desmoralização”, justificou Girão.