A presença dos lulistas na tela do canal de notícias da Globo não é pequena e resulta em uma média de mais de uma participação por dia. Quem encabeça a lista é o líder do governo no Congresso, o senador Randolfe Rodrigues (Sem Partido-AP), com 23 entrevistas no semestre (média de uma a cada oito dias).
Já entre os ministros do governo, as “figurinhas carimbadas” são Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e Flávio Dino (Justiça e Segurança Pública). Enquanto Padilha deu 13 entrevistas para GloboNews nos primeiros seis meses de 2023, Dino teve dez participações.
Segundo o levantamento, dos 37 ministros de Lula, 32 foram à emissora no primeiro semestre. Na divisão entre cada um dos seis primeiros meses de 2023, janeiro foi aquele que teve a presença mais assídua de lulistas na tela da GloboNews, com 48 entrevistas. Junho, com 19, foi o mês com o menor número.
A relação amigável entre o governo e o Grupo Globo, porém, não fica evidente apenas com a quantidade de entrevistas, mas também com a preferência da atual administração em relação ao conglomerado de comunicação. Outro sinal dessa “amizade” é o tom adotado pela empresa no noticiário sobre o governo.
No início de 2023, por exemplo, a GloboNews passeou com a primeira-dama Janja da Silva pelo Palácio da Alvorada e mostrou a narrativa dela de como o prédio oficial estaria depredado após o fim do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. O conteúdo também teve amplo destaque em outros veículos do grupo.
Além disso, após o atos de 8 de janeiro, foi para a Globo que o Planalto entregou em primeira mão as imagens das câmeras de segurança que registraram a depredação na sede do Executivo. Os vídeos, porém, não mostravam o ex-ministro-chefe do GSI, Gonçalves Dias, em um momento pacífico ao lado dos invasores, o que foi divulgado pela CNN Brasil em abril.