O mecanismo que dá a parlamentares maior poder sobre a execução do Orçamento da União foi aprovado com apoio do partido de Lula, apesar de vetado pelo atual presidente, Jair Bolsonaro. Entretanto, no discurso da grande mídia e do próprio Lula, o orçamento secreto era imputado a Bolsonaro e o petista prometia acabar com ele.
Mas o relator do orçamento de 2023, Senador Marcelo Castro (MDB/PI) já avisou: “Eu não vou propor isso. Não vivo de fantasia, vivo de realidade”. E completou: “Imagina propor uma coisa que não tem chance nenhuma de ser aprovada”.
A criação das emendas do relator diminui o poder do presidente da República sobre o orçamento. Não teria, portanto, razão para Bolsonaro ter aprovado essa ferramenta. Pela mesma razão, Lula não quer permanecer com ela, mas o petista sabe que não é possível brigar contra isso neste momento, ainda que exista quem o aconselhe a recorrer aos seus anjos da guarda no Supremo Tribunal Federal (STF).
Mas a corte já comprou brigas demais com a sociedade e com o parlamento para tirar Lula da cadeia e colocá-lo na Presidência. E os ministros já devem começar a deixar Lula se virar sozinho em algumas matérias.
A campanha de Lula foi montada em cima de fantasias, mentiras e promessas impossíveis. a permanência do orçamento secreto será a primeira de muitas. E ainda há grande chance de Lula não conseguir manter o Auxílio Brasil de 600 reais. A realidade começa a mostrar os dentes para o escolhido do establishment.