“Fumar é coisa de mané“, diz Marcola em um vídeo que registrou a conversa com o rapaz de 13 anos. O diálogo foi gravado em 12 de janeiro deste ano no parlatório da Penitenciária Federal em Porto Velho (RO), onde o líder do PCC (Primeiro Comando da Capital) está preso.
Na mesma conversa, Marcola diz para o filho que não quer que ele se torne bandido. “Esse negócio de ficar dando tiro de soft nos outros é coisa de bandido“, diz ele. “O maior trauma meu é que você siga meus passos“, acrescenta. “Você estuda num colégio bom, mora num lugar maravilhoso. Tem roupa bacana, família da hora. Então, qual é a revolta? É por que o pai está aqui?“, indaga Marcola ao filho na conversa.
Em outra conversa gravada no parlatório no mesmo dia, Marcola tranquiliza sua mulher, Cynthia Gigliolli Herbas Camacho, em relação à possibilidade de ser executado por outros membros de seu bando.
“Estou preocupada com a sua vida. Meu medo é eles matarem você“, diz ela ao marido. “Esses caras são tudo meu filho“, disse ele em resposta à esposa.
Segundo a reportagem, as conversas de Marcola com a família vinham sendo monitoradas há um ano e meio e o PCC conta hoje com 30 mil membros espalhados pelo país. Na última quarta (10/08), a Polícia Federal fez uma operação contra a facção, que resultou na apreensão de um caderno com informações sobre integrantes da cúpula do PCC. Nele, cada um dos líderes era identificado pelo nome de um país.