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Brasil

Sob Bolsonaro, auxílio para famílias de presos desaba 50,8%

Publicada em 14/02/22 às 06:01h - 507 visualizações

Douglas Rodrigues, Poder360


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Sob Bolsonaro, auxílio para famílias de presos desaba 50,8%
 (Foto: Reprodução)

O número de benefícios dado às famílias de presos por meio do auxílio-reclusão caiu 50,8% desde o início do governo Jair Bolsonaro. Antes, eram 46.750 pessoas recebendo a bolsa. Em dezembro, apenas 23.010 tinham acesso ao dinheiro.

Os dados foram obtidos com exclusividade pelo Poder360 junto ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) via Lei de Acesso. Apontam que o presidente vem conseguindo impor uma de suas metas no endurecimento de benefícios aos detentos, resultado de uma medida provisória (já convertida em lei) no início de seu mandato.

O auxílio-reclusão é 1 amparo mensal à família do preso de baixa renda que contribuiu para a Previdência. Bolsonaro é contra. Às vezes chama de “bolsa presidiário”.

Sob Bolsonaro, auxílio para famílias de presos desaba 50,8%
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Gastos caem 45%

O desembolso do INSS com o auxílio-reclusão saiu de R$ 49,8 milhões no início da gestão Bolsonaro para R$ 27,49 milhões em dezembro de 2021.

Foram destinados, em média, R$ 1.190 por mês para cada beneficiário no fim do ano passado. O valor era acima do salário mínimo, até então de R$ 1.100.

Sob Bolsonaro, auxílio para famílias de presos desaba 50,8%
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Para 2,5% dos presos

Há 917 mil presos no país, segundo o CNJ.  Só 2,5% cumpriam os pré-requisitos: ter tido emprego com carteira assinada e ser de baixa renda. Ou seja, não é todo detento que “ganha bolsa do governo”. Esse percentual vem caindo a cada mês. Em outubro de 2020, o percentual era o dobro (5%).

Na eleição de 2018, Bolsonaro falava com indignação sobre o benefício. Afirmou na 1ª semana depois de eleito que mudanças seriam feitas.

Em 2019, houve uma redução com a imposição de mais regras para ter acesso ao dinheiro.

Em 2020, o cenário se inverteu. Por causa da crise econômica decorrente da pandemia, mais pessoas estavam buscando os benefícios aos quais tinham direito, e o número tinha voltado a subir.

Um pedido da Defensoria Pública da União também fez o INSS flexibilizar as exigências durante o estado de calamidade pública –que expirou em 31 de dezembro de 2020.

Mas, poucos meses depois, “pente-finos” do INSS e maior exigência na concessão dos benefícios jogaram o número para o menor patamar dos últimos 10 anos.

Atualmente, essas são as regras:

  • carência – é necessário ter feito ao menos 24 contribuições para fazer a solicitação. Antes das mudanças feita por Bolsonaro, era exigida apenas uma contribuição ao INSS;
  • presos com direito – apenas para familiares dos detentos do regime fechado, e não mais do semiaberto;
  • renda – a comprovação de baixa renda leva em conta a média dos 12 últimos salários do segurado, não só a do último mês antes da prisão;
  • acúmulo de benefícios – ficou proibido.

Em termos eleitorais isso pode favorecer Bolsonaro, afinal é um item cumprido de suas promessas com apelo moral.

Especialistas em segurança pública dizem que esse tipo de restrição ao benefício prejudica o combate ao crime. A razão é que os presos ficam mais vulneráveis a grupos criminosos para sustentar suas famílias. Passam a ter uma dívida que precisarão pagar ao sair da cadeia.




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