As manifestações de ontem (7) deixaram a oposição assustada, pois demonstraram claramente a grande superioridade numérica dos defensores do presidente Jair Bolsonaro. O STF, que deixou de ser um guardião da Constituição Federal de 1988 para montar agenda política e participar ativamente das hostes oposicionistas, também está assustado, principalmente com as declarações de Bolsonaro que em Brasília e em São Paulo denunciou a prática ditatorial de alguns ministros que querem impor suas determinações monocráticas inconstitucionais a toda uma nação.
Ainda na noite de ontem, após o término das manifestações, os ministros do STF se reuniram por videoconferência para debater os atos do dia e os pronunciamentos do presidente da República. Após reunião, não quiseram dar nenhuma declaração à imprensa. É esperada hoje (8) uma declaração do presidente Luiz Fux acerca dos pronunciamentos do presidente da República em sua participação nos atos.
Não foi só a superioridade numérica dos manifestantes bolsonaristas que assustou a oposição e o STF oposicionista, mas também a heterogeneidade das forças sociais desses manifestantes e o grau de unidade dos que estão juntos a Bolsonaro, como é o caso do vice-presidente general Hamilton Mourão que esteve com Bolsonaro em Brasília e em São Paulo.
À primeira vista, os atos pró-Bolsonaro estão surtindo os efeitos esperados. Entretanto, não se espera do STF uma atitude de conciliação com o governo federal, até mesmo porque os ministros da Corte que um dia foi suprema fazem parte do seleto grupo de privilegiados que perderam as mordomias oriundas do Palácio do Planalto.