A Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB) anunciou neste final de semana a criação de cota para presidiários, ex-presidiários e refugiados, uma decisão que está causando grande polêmica em todo o País.
Pela decisão, cada curso oferecerá uma vaga para pessoas que se encontrem em alguma dessas condições. Em nota lançada, a UFSB oferece sua justificativa: "Os ajustes surgem no sentido de fortalecer o papel da UFSB como instituição que valoriza e prioriza as políticas públicas de ações afirmativas enquanto princípio, previsto, inclusive, no estatuto da universidade".
O sistema de cotas é controverso e pode gerar distorções como, por exemplo, um negro rico tomar o lugar de um pobre branco só por causa da cor da pele. Há também os que defendam que a cota deveria ser somente para pobres ou estudantes de escolas públicas, pois aí já estariam inclusos aqueles que são os mais prejudicados pelas desigualdades sociais.
Atualmente a UFSB já destina 85% de suas vagas para cotas (negros, pardos, ciganos, quilombolas, deficientes, mulheres, transexuais, travestis, transgêneros e pessoas sexualmente não-binárias). Nessa luta pelo acesso à UFSB, os brancos - sejam pobres ou ricos - terão que disputar, no vestibular, meros 15% das vagas - um percentual que agora ainda é menor - com outras pessoas que se inserem nas categorias beneficiadas e que não se inscrevem no sistema de cotas. Diante disso, alguém poderá questionar? Não será um apartheid acadêmico às avessas?