Em meio às discussões sobre o retorno do horário de verão no Brasil, um grupo de 26 cientistas publicou um manifesto alertando para os riscos da mudança.
Esses pesquisadores são especializados em cronobiologia, área que estuda os ritmos biológicos e os fenômenos naturais.
Eles argumentam que, apesar do intuito inicial de economizar energia, a alteração nos relógios pode ter consequências negativas para a saúde.
Os cientistas explicam que nossos ritmos biológicos acabam sendo fortemente influenciados pelo ciclo natural de luz e escuridão, o que regula funções essenciais do organismo como o sono, o apetite e até o humor.
O horário de verão, ao alterar esse ciclo, gera um “desalinhamento” entre o horário natural e o social, dificultando a adaptação de muitas pessoas. Essa desarmonia pode resultar em problemas de saúde.
Segundo o manifesto, a dificuldade de adaptação ao novo horário pode acarretar distúrbios do sono, aumento de eventos cardiovasculares, transtornos mentais, além de acidentes de trânsito nos primeiros dias da mudança.
“Enquanto algumas pessoas conseguem se ajustar, outras permanecem fora de sintonia, o que pode gerar sérios problemas de saúde”, disseram os cientistas. Isso em um trecho do documento.
Esses especialistas são de diferentes instituições, incluindo Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e Universidade de São Paulo (USP).
Um estudo realizado pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), citado no manifesto, entrevistou mais de 1.200 pessoas para analisar a adaptação ao horário de verão.
Mais de 50% dos participantes relataram desconfortos durante a transição, reforçando os argumentos dos cientistas sobre os impactos negativos dessa mudança nos relógios.
Os pesquisadores defendem que a posição expressa no manifesto tem base em evidências científicas e não tem caráter político.
Então, eles sugerem que, para preservar a saúde da população, o horário de verão não deve ser reintroduzido.