Não acentuar graficamente as palavras virou uma prática corrente na imprensa brasileira, principalmente em relação aos nomes próprios, o que muda a pronúncia, já que a palavra é pronunciada de acordo com a sua acentuação ou a ausência dela.
A acentuação muda a pronúncia das palavras, assim como a pontuação muda seu sentido. Na frase "Vamos comer, Maria", se eu tiro a vírgula Maria pode engravidar. Mas se tratando de acentuação, a imprensa brasileira engravidou e pariu um cavalo de Troia da ignorância.
Hoje mesmo, ao publicar uma matéria do Pleno News, tive que corrigir dois nomes próprios. Cláudia, acentuada no primeiro A, veio sem o acento agudo. Já Tarsila, que não tem acento, veio com o agudo no primeiro ar.
Mas o acento também muda o significado da palavra, pois se falo de Roma, refiro-me à capital da Itália, mas se grafo com o til estou falando da fruta romã. A primeira pode ser percorrida e a segunda chupada.
É lamentável que a imprensa, que deveria ser um instrumento de informação e conhecimento, venha assassinando a gramática mesmo que a pequenos passos.
E quando o viciado perguntou ao avião se ele era profissional do tráfico, teve como resposta: - Trafico.