20 de novembro. Dia da Consciência Negra. Um dia para reverenciar a brasilidade em busca de um país justo e igualitário. Mas a brasilidade foi manchada no evento do governo federal que aconteceu na segunda-feira no Palácio do Planalto.
O evento marcou o lançamento do segundo Pacote Pela Igualdade Racial. Mas o vexame da cantora Talíz que cantou o Hino Nacional não passou despercebido. Assim como Ludmila fez no GP de Interlagos, a cantora de Brasília fez no lançamento oficial. Como Ludmila, Talíz errou a letra e ficou muda por alguns segundos. O presidente Lula estava presente.
A letra do Hino Nacional é extensa e não é fácil. Embora crianças de escolas primárias consigam cantá-lo, mesmo sem entender o significado de muitas palavras, a absoluta maioria dos adultos não o tem na ponta da língua. Mas isso não é desculpa para que esse símbolo nacional seja ultrajado como aconteceu nas duas ocasiões supracitadas.
Quando uma pessoa é contratada para uma tarefa, o mínimo que se possa esperar é que seja uma profissional que cumprirá essa tarefa a contento. Talíz, ao não fazer isso, desrespeitou não só a brasilidade, mas também à própria negritude que estava representando.
Não é por serem negras que Ludmila e Talíz descosturaram o Hino Nacional. Mas por não terem a consciência plena do seu significado e da sua complexidade.
Quando Fafá de Belém cantou o Hino Nacional nas Diretas Já!, as críticas sobre ela recaíram por ser uma cantora popular cantando um hino oficial da Nação. Agora as críticas não são porque as cantoras cantaram o Hino, mas sim porque não conseguiram cantá-lo.
O Brasil está mudando a cada dia. E quem dá o tom da mudança é a mediocridade que também está incrustrada nas relações institucionais.
Vai ter BATCU hoje em Brasília? Se tiver, qual será o ministério?