Nesta sexta-feira (27), o presidente abandonou o compromisso com a meta fiscal, “jogou a toalha” e ensaiou um discurso para tentar seduzir os mais distraídos. Mas não adiantou. Imediatamente, caíram os ativos nacionais, os juros futuros subiram mais de 20 pontos e o dólar voltou a ser negociado acima de R$ 5, o que gerou enorme descontentamento dentro e fora do governo.
– Haddad talvez não imaginasse que o próprio presidente da República disparasse um torpedo contra o projeto já não muito rigoroso de estabilização das contas públicas – diz o editorial da Folha.
O texto observa que “Luiz Inácio Lula da Silva (PT) parecia mais contido e baixara o tom e o número de declarações que, desde a eleição, contribuíram para a alta das taxas de juros”. Mas “nesta sexta (27), porém, decidiu perturbar seu governo e o país”.
– Para piorar o estrago e demonstrar seu desconhecimento do problema [fiscal], disse ainda que “o mercado é ganancioso demais e fica cobrando uma meta que eles sabem que não vai ser cumprida”.
– O presidente parece se comportar como um prefeito desinformado ou um deputado paroquial, para quem governar é inaugurar obras, sem se importar com consequências. Ademais, ainda não parece ter aprendido o efeito pernicioso desse tipo de declaração: governo e país pagarão juros mais altos; a confiança econômica diminuirá – adverte o jornal.
O artigo, em seu último parágrafo, não poderia ser mais direto naquilo que se propôs a publicizar:
– Lula não está propondo um programa econômico controverso, está sabotando o próprio governo. Além de danoso, é incompreensível.