Os governadores das regiões Sul e Sudeste se reuniram nesta quinta-feira, 19, pela primeira vez depois da aprovação em cada Estado das leis que autorizam a criação do Consórcio de Integração Sul-Sudeste (Cosud).
Apenas o Rio de Janeiro não aprovou o protocolo. O grupo entre as duas regiões causou polêmica depois que o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), defender um maior protagonismo do grupo em relação ao Norte e ao Nordeste em debates nacionais.
Porém, na abertura do evento em São Paulo, os governadores negaram que o consórcio tenha como objetivo colocar Estados contra Estados ou dividir o país.
A intenção é, segundo o grupo, estimular a cooperação e melhorar as políticas públicas.
Os governadores também negaram oposição ao governo Lula. No primeiro dia da reunião do Cosud, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), disse que pretende trabalhar em conjunto com o governo federal.
“Finalmente formalizamos o consórcio, sempre movido para o lema ‘dialogar para desenvolver’. E nós temos muitas oportunidades para dialogar”, ressaltou.
“O objetivo do Cosud não é fazer contraponto. É construir políticas públicas e cooperar. Obviamente, o resultado vai ser melhor se a gente conseguir a cooperação do governo federal.”
A declaração de Tarcísio foi endossada pelo governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), que preside o consórcio.
“A ideia que nós temos agora com a formalização do Cosud é justamente dar oportunidade para que possamos fazer um grande planejamento estratégico para os próximos anos”, disse.
O evento contou com a presença dos governadores de Minas Gerais, Romeu Zema; do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), e a vice-governadora de Santa Catarina, Marilisa Boehm (PL). Os governadores do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), e do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), não participaram da abertura do encontro, que termina no sábado 21.
A 9ª edição do Cosud começou nesta quinta-feira, 19, e vai até este sábado, 21, na capital paulista.
Os governadores, secretários e agentes públicos estão debatendo ações conjuntas em diversos setores, como segurança pública e meio ambiente.
O orçamento do consórcio e a contribuição de cada Estado ainda serão discutidos. A previsão é de que esse tema seja definido antes do próximo encontro.
“O que a gente superou foi a aprovação das assembleias. Agora temos a parte de formalização, registro, CNPJ, todas essas burocracias precisam ser atendidas, e a partir disso vai se convencionar a contribuição dos Estados para arcar com uma estrutura comum que deve ser enxuta”, afirmou Eduardo Leite.