"Várias empresas estão mandando aviso de férias... que variam de 5 a 15 dias. Estamos concordando, com condicional de que não haja demissão", disse o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas, Valdemir Santana, em mensagem gravada em vídeo para os trabalhadores da região.
"É por falta de capacidade para levar a produção ao Sul do país e de componentes para produção para o ano que vem", afirmou o sindicalista. Ele não identificou as companhias em questão.
A Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros) confirmou a paralisação temporária da produção de algumas empresas na região, sem dizer quantas ou identificá-las. A entidade acrescentou que não foram todas as companhias que anunciaram férias coletivas.
"De fato algumas empresas estão sem insumos e com estoques de produtos acabados elevado e, por essas razões, há a necessidade de suspensão temporária da produção para equalizar essa situação", disse Jorge Nascimento, presidente-executivo da Eletros, em nota.
Santana, do sindicato dos metalúrgicos, afirmou que "mais de 25 empresas mandaram comunicados para o sindicato" e que "vão entrar em férias em torno de 15 mil trabalhadores", citando que o período de parada estava originalmente programado para dezembro, mas foi antecipado pelas companhias para entre outubro e novembro.
A Samsung é uma das empresas afetadas pelo problema. Na véspera, a Reuters publicou que a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) foi comunicada pela empresa de decisão de antecipação de férias coletivas de fim de ano para 1.500 funcionários da fábrica de Manaus por causa da seca.
A Philco afirmou na quarta-feira que também estuda implementar férias coletivas.
Vários setores estão sendo atingidos por problemas logísticos gerados pela pior estiagem em mais de 100 anos no Estado, de acordo com Santana.
"No caso de eletro, ar-condicionado, está faltando componente; em motos, o problema é a venda (transporte para as lojas) dessas motos", disse ele.
O nível de água no Rio Negro atingiu o ponto mais baixo em pelo menos 121 anos na segunda-feira. O porto de Manaus, localizado onde o Rio Negro encontra o Rio Amazonas, registrou um nível de água de 13,6 metros. A altura representa o menor nível desde que os registros começaram a ser feitos em 1902, superando o recorde anterior, registrado em 2010.